Tudo pronto, malas fechadas, mochila nas costas, café da manhã bem reforçado e seguimos para a praça de Cerro Catedral, local da largada.
A largada do El Cruce é feita em ondas por horário. Isso é feito para evitar um pouco as filas que se formam nos trechos de trilha mais estreita, que são quase que maioria durante a prova. No primeiro dia nossa largada foi definida pelo número de peito, e largamos na terceira onda.
A organização costuma checar pelo menos um dos equipamentos obrigatórios que precisamos levar. Neste dia todos deviam mostrar o corta-vento, já que nos avisaram que lá no alto da montanha os ventos estavam fortes, apesar do dia de sol e calor. Tudo checado, formamos grupos de 3 duplas para a largada na rampa. Muita festa e emoção nessa hora. Como no dia anterior, após a foto e largada oficial, já subimos pelo teleférico ao ponto onde o tempo realmente começava a contar.
Altimetria da Etapa 1 |
Chegando a hora!!!!! |
Subindo... por enquanto só sorrisos!! |
E começou a brincadeira!! |
E assim começou a primeira etapa. Uma subida dura e beeeem longa, onde só se progredia andando. Quando a subida apertou, ja tirei os bastões de trekking das costas e resolvi usar. Os bastões não são obrigatórios. Vai de cada um treinar com eles e optar pelo uso ou não. Optamos por usar, já que eles aliviavam a força que era necessária nas pernas na subida. Os braços ajudavam como uma alavanca para subir. Nesse ponto aviso aos que querem fazer prova: treinem com os bastões!!!! Em alguns momentos, tive que desviar dos bastões de corredores à frente que insistiam em querer me acertar (risos)...
Quando você pensava que terminou, mais subida!!! Mas olha esse trajeto e a vista... Igualzinho correr em Sampa né? Rs |
Ao chegar quase no topo da subida, uma surpresa de arrepiar esperava os corredores... Dois músicos, com violão e violino, tocando no alto do Cerro. Hora de contemplar esse momento único e emocionante... O Cruce é assim, diferente!!!
Infelizmente os vídeos da GoPro ficaram com um volume super baixo pois usamos a caixa estanque... Errinho básico, devíamos ter usado a estanque mas com tela touch, que deixa passar o som! Mas dá para ter uma idéia...
Alto do Cerro Catedral! Depois de muita pedra, subida, areia... E aí, não compensa? |
E como tudo que sobe, desce... Veio a descida. Aí você pensa, que bom, vai aliviar. Engano forte. Esta primeira etapa, apesar de menor em distância e acúmulo de altitude, era a mais técnica e difícil. A descida só veio provar! Um paredão de pedras muito inclinado, onde nós debutantes da montanha descíamos rezando agarrados na pedra. Já os treinados iam nos passando, deixando aquela pergunta: "como eles fazem isso??"hahahahahaha.
Passada a descida, um trecho de mata mais fechada em direção ao lago onde acamparíamos. Trilha estreita e interminável... Em alguns momentos abria a mata e podíamos ver o acampamento. Tão perto mas loooonge.... Ainda tinha muito lago pra contornar. O cansaço vinha e a comida já não descia tão bem após 3 ou 4 horas de prova.
Mas vai... Caminha, corre, pula tronco, caminha, cruza arroio, barro, pedra, sobe, desce e chegamos na praia!! O tempo? Não foi dos melhores nem dos piores. Mediano. Mas pouco importava. O que mais importava era ter cruzado o tapete depois de tantas horas!!!!
O cenário compensa tudo!!! O camping 1 era lindo. A vista do lago, o dia lindo! Após a chegada, pegamos as malas do acampamento e seguimos para a nossa barraca. Já aprontamos tudo para a noite (colchão, saco de dormir) e fomos aproveitar o calor para entrar no lago gelado! Já que o sol estava forte, lavamos nossas roupas e tênis e deixamos para secar. A temperatura do lago era ideal para recuperar a musculatura e a maioria dos corredores entrou na água, apesar de estar gelada.
Camp 1 - Los Vaqueanos - Ao lado da chegada! |
Hora de almoçar. A comida no El Cruce tem um cardápio que não muda: churrasco, salada, pão e massa. Tudo servido sem parar no almoço emendando com jantar, já que os corredores continuam chegando... Não falta comida. Não espere nada gourmet, mas fome não se passa!
Alimentados, era hora de deitar um pouco no sol, esticar as pernas para depois arrumar tuuuudo pro dia seguinte. A dica era deixar tudo pronto antes de anoitecer, já que não há luz no acampamento e tudo é na base da lanterna. 21h já esteja jantado e pronto para dormir! E tudo que faz de calor num dia de sol, esfria à noite. Não é exagero estar preparado para temperaturas que podem ser negativas. Nesse dia o frio estava bem suportável e o saco de dormir era até um pouco quente demais.
Anoitecer no Camp 1 e o quarto 5 estrelas |
Antes de dormir, a organização passou um vídeo de nossa prova da primeira etapa. Achei muito bacana. Aliás, o camping é um perrengue, mas também um lugar que parece fora da nossa realidade. Nada de celular, luz, conforto, mas é meio que surreal ver tanta gente do mundo todo interagindo!!! Todas as idades, tipos físicos, mas todos cansados e felizes! É um lugar bom para desconectar da correria e compartilhar experiências do dia!
E então, já era hora de dormir! Tomei mais um banho de lenços umedecidos (sabonete e shampoo? nada! não se pode usar no lago...), escovei os dentes com uma canequinha e coloquei meu tampão de ouvido. Antes de vir, tive medo de não conseguir dormir pelo barulho de bichos e medo (kkkkk), mas o que mais incomoda mesmo é o barulho dos vizinhos, já que barraca não é parede de concreto e tudo se escuta!!!
Muito ainda nos esperava pela frente e o cansaço só ia piorar!!! Mas agora, era só esperar o amanhecer do dia 2...
(continua)