Começo nesse post a contar um pouco do que foi a experiência do El Cruce 2015... Quero mais para frente colocar dicas para quem deseja realizar essa prova, mas acho que o relato em si já deve ajudar pelo menos a ter mais uma idéia para tomar a decisão de fazer ou não a prova!
Mas para começar, o que é o El Cruce?
É uma corrida de aventura que em 2015 completou sua 14ª edição. A idéia da corrida é unir Argentina e Chile em um percurso de aproximadamente 100km que muda a cada edição. A prova é tradicionalmente realizada em duplas, porém nos últimos anos começou a oferecer também a modalidade solo. Sempre realizada no verão, o que não significa necessariamente calor já que o clima da Patagônia é um dos mais instáveis do mundo. Sendo assim, deve-se estar preparado para enfrentar calor, frio, chuva, ventos em terrenos que variam muito (neve, rochas, barro, rios...).
Entre os dias de prova, os participantes ficam em acampamentos montados pela organização (no início da prova, os próprios participantes montavam suas barracas...). No acampamento a estrutura é limitada e não há banheiros nem duchas. Somente banheiros químicos e banho, só no rio ou lago e mesmo assim sem usar produtos de higiene para não poluir o local.
Acampamento do El Cruce... O que o quarto tem de ruim, a vista tem de espetacular!!! |
Resolvemos participar do El Cruce ano passado, antes de abrirem as inscrições. Fomos com o intuito de completar a prova e evitar ao máximo lesões, pois o objetivo principal do semestre era o Ironman Florianópolis em Maio. Sem pretensões de tempo, já que a montanha não é a nossa especialidade, longe disso. Como triatleta e corredora de rua, minha experiência em montanha se restringia a um trecho do Volta a Ilha em 2013 e uma trilha do Pai Zé no pico do Jaraguá feita duas semanas antes. A idéia era simplesmente viver a experiência.
E assim, com aval do coach, seguimos para Bariloche na quarta-feira dia 04/02... A largada da prova é separada, solo largava dia 05 e nós que faríamos dupla largaríamos dia 06. Ao chegar em Bariloche já pegamos o táxi direto para Vila Catedral, uma vila no pé do Cerro Catedral que é a estação de esqui de Bariloche e local de largada da prova. Hora de pegar o kit da prova que já é famoso por ser super completo:
Até aí tudo muito organizado e rápido. De lá, acompanhamos mais um pouco o movimento de corredores na vila. Os corredores solo já estavam entregando as malas do acampamento (você entrega a mala com as coisas que usará no acampamento um dia antes e fica somente com sua roupa de prova e mochila que irá correr...). Fora os corredores a vila parecia fantasma. Muito ruim em estrutura pois a alta temporada é no inverno, então foi grande a dificuldade para conseguir um local para jantar e comprar água. Mas conseguimos nos acertar.
No dia seguinte fomos para a praça acompanhar a largada solo. Aí já deu para ver porque o El Cruce é tão único e diferente. A largada é por grupos e horários distintos, no primeiro dia divididos aleatoriamente por número de peito. Tradicionalmente os corredores sobem uma rampa no estilo rally, tiram a foto oficial e de lá saem para a etapa 1. Este ano foi ainda mais especial: logo na largada, os corredores de seis em seis pegavam o teleférico que subia até o ponto onde realmente começavam a correr e contar o tempo da etapa. Muito diferente e emocionante!!!
Acabamos resolvendo subir também o Cerro neste dia, só que por outro teleférico aberto para visitantes. Ao chegar lá em cima, surpresa: pudemos acompanhar os corredores num pedaço do trajeto e ver o que nos esperava: subidas duríssimas e um visual incrível!
Hora de arrumar as malas do acampamento e mochila de prova com tudo que usaríamos no dia 1, já que a mala de acampamento ia ser transportada e só teríamos acesso a ela no final da etapa. Por essas e por outras o El Cruce exige um planejamento pior do que as provas de triathlon: a duração pode variar muito, você pode se perder e aí acrescentar de minutos a horas no seu tempo, então a alimentação, hidratação tem que ser pensada para isso. Existem elementos obrigatórios pela organização que você deve carregar todos os dias. A maioria para proteger de mudanças do clima e caso você tenha algum imprevisto e precise ficar na montanha esperando resgate... O resgate pode demorar tanto quanto você para chegar no lugar onde chegou! Então não dá para bobear. Planejamos junto com nutricionista a parte de alimentação, sempre extras contados e organizamos tudo certinho. A mala de acampamento foi com saco de dormir, comidinhas para lanches no acampamento, nutrição para outras etapas e roupas. Ainda levamos sempre medicamentos básicos e material para curativos e proteção de bolhas. Uma outra mala ficou no hotel no nosso caso, que era a mala do que não usaríamos na prova e sim após a mesma.
Parte da nutrição levada para a prova... Vale lembrar que isso foi para a dupla e calculamos para sobrar!!!! Ainda levamos sanduíches para ter algo salgado durante a etapa... |
No final da tarde, um congresso técnico e confraternização com os corredores da categoria dupla aconteceu. Bom para esclarecer algumas dúvidas, mas serviu mais para aumentar e expectativa para o dia seguinte!!!
Agora era só tentar dormir e esperar o dia clarear...
(continua...)
(continua...)
Que coisa mais linda sis!
ResponderExcluirQue bom que gostou sisss!!!
ExcluirSempre muito top e emocionante os relatos dessa prova! Parabens! Ansiosa pelo proximo!
ResponderExcluirObrigada Juliana!!! O próximo já está no ar!!! Beijos!
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